O professor de Física, Elifa Miranda Mascarenhas, destaca que a prática da pesquisa oferece aos alunos a oportunidade de aplicar conceitos teóricos aprendidos em sala de aula em situações do mundo real. Isso promove uma compreensão mais profunda e contextualizada do conhecimento. “Ao longo da minha jornada como professor de iniciação científica, vejo que essa prática tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento acadêmico, intelectual e profissional dos estudantes, estimulando o questionamento, assim como a análise e a interpretação das informações de maneira crítica. Eles aprendem a avaliar evidências, formular hipóteses e chegar a conclusões baseadas em dados. Tenho observado que essa prática estimula a curiosidade, levando-os a explorar temas de seu interesse”, afirma.
Sob sua orientação, três estudantes do Colégio Estadual Ana Lúcia Castelo Branco – Tempo Integral, do município de Brejões, são finalistas da Febrace: Taís Soares dos Santos, Tainá de Jesus Guedes e Mikael da Silva Bispo. Eles criaram dispositivos detectores de obstáculos para deficientes visuais.
“Os projetos de iniciação científica em nossa escola têm possibilitado o desenvolvimento do protagonismo científico no que tange a proposição de soluções para os problemas da sociedade local, fortalecendo, assim, a relação escola e comunidade. Portanto, os alunos têm a oportunidade de fazer contribuições significativas, mesmo que modestas, para a compreensão e resolução de problemas locais ou globais”, explica Elifa Miranda.
Ciência na prática
Motivados pela vontade de ajudar uma colega com deficiência visual, bem como pela oportunidade de aplicarem o conhecimento científico no cotidiano, é que o grupo de estudantes decidiu criar detectores de obstáculos. Para Taís Soares Santos, 18 anos, a ciência é um instrumento poderoso e que só faz sentido se for em prol da vida. “É gratificante desenvolver algo para ajudar as pessoas. Nossa colega Esther Pinheiro tem dificuldade visual. Nossa ideia foi utilizar a tecnologia, a partir do que aprendemos em sala de aula, para minimizar ao máximo as barreiras do dia a dia dela, permitindo uma melhora significativa dos seus padrões de marcha, velocidade de caminhada, mobilidade e, ainda, derrubar as barreiras sociais e possibilitar a inclusão social”, enumerou ela.
Protótipos
Foram desenvolvidos dois protótipos detectores de obstáculos, a partir da adaptação de dois sensores ultrassônicos – um sensor no boné e outro no cinto –, que emitem um sinal de onda na frequência do ultrassom. Dessa forma, quando a pessoa se aproxima de algum obstáculo, um motor de vibração é acionado como alerta. Com esses sistemas, é possível ao usuário se locomover com menos dificuldade e mais segurança.
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