O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) azedou ainda mais as relações com Israel e com a comunidade judaica ao comparar a ação militar israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto, quando os nazistas mataram cerca de seis milhões de judeus, além de ciganos, homossexuais e diversos grupos vistos como inferiores.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou dias da 37ª Cúpula da União Africana. Ele também criticou a interrupção do financiamento por parte de países ricos à Agência da ONU para Refugiados (UNRWA), após acusações de que o órgão estaria colaborando com o grupo terrorista Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro. (g1)
A comparação provocou uma onda de reações. Nas redes sociais, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que as declarações são “vergonhosas e graves” e acusou Lula de “cruzar uma linha vermelha” e contribuir para “banalizar o Holocausto”. Netanyahu disse que chamará o embaixador brasileiro no país “para uma dura conversa de repreensão”. O presidente de Israel, Isaac Herzog, fez questão de postar, em português, uma crítica ao brasileiro, classificando a fala como “distorção imoral da História”. Herzog pediu à comunidade internacional uma “condenação inequívoca” de Lula. (Globo)