Reportagem de Aguirre Talento no Globo informa que, eleito com o discurso de adotar novas práticas na política e tentando se afastar da imagem do antecessor Michel Temer (MDB) durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) utilizou boa parte da equipe de Temer para compor os cargos mais importantes de seus ministérios.
De acordo com a publicação, Bolsonaro nomeou hoje no Diário Oficial ao menos 12 secretários-executivos dos ministérios –o cargo equivale ao número dois na hierarquia do comando das pastas, responsável por dirigir as áreas técnicas e exercer funções mais operacionais, apesar de estar subordinado ao ministro. Desses, segundo levantamento feito pelo GLOBO, 9 nomes já exerciam alguma função de comando durante a gestão de Michel Temer, a quem Bolsonaro tem feito diversas críticas públicas. Ou seja, 75% do comando das áreas técnicas dos ministérios de Bolsonaro foi herdado de Michel Temer.
Por exemplo: nomeado como secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Pacheco dos Guaranys exerce desde maio de 2016 o cargo de Subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais, que era subordinado à Casa Civil de Temer, com remuneração de cerca de R$ 25 mil. Foi agraciado também na gestão Temer com um cargo no conselho da estatal Pré-Sal Petróleo S.A., o que lhe rende um salário adicional mensal de R$ 7 mil, o chamado jeton, completa o Jornal O Globo.