Lançado oficialmente na sexta-feira, o empréstimo consignado para trabalhadores no regime da CLT, tendo como garantia o FGTS, ultrapassou neste domingo 40 milhões de simulações, com 11 mil contratos fechados. As consultas e movimentações foram feitas por meio do aplicativo Carteira de Trabalho Digital, que, em função do novo produto, apresentou um número de acessos 12 vezes maior que o normal.
Criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por medida provisória, o consignado CLT é voltado para trabalhadores formais do setor privado, incluindo empregados rurais, domésticos e empregados de microempreendedores individuais (MEI). O empréstimo é tomado junto a uma instituição financeira credenciada no limite de 10% do FGTS e 100% da multa rescisória, e as parcelas são descontadas do contracheque. Em caso de demissão do trabalhador, o banco pode pegar o fundo e a multa para cobrir o saldo do empréstimo. (g1)
A alta procura pelo consignado CLT, ainda mais em um momento de baixa popularidade do governo, motivou um uso personalista do novo serviço pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ela fez, no Instagram, uma publicação onde associa o consignado ao presidente. “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”, diz ela na gravação, acrescentando que a linha de crédito é uma alternativa para quem está em dificuldades financeiras. Na sexta-feira, em vídeo oficial sem o apelido citado por Gleisi, Lula recomendou que o dinheiro do empréstimo fosse usado principalmente para quitar dívidas. (Poder360)
Embora tenham forte apelo popular, as medidas do governo para conquistar a classe média, como o consignado CLT e a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, vão, segundo especialistas, na contramão dos esforços do Banco Central para conter a inflação, além de dependerem de aprovação do Congresso. A injeção desse dinheiro na economia, afirmam analistas, tende a manter a atividade superaquecida e aumentar a pressão inflacionária, além de aumentar o já alto endividamento das famílias. O governo, por sua vez, nega que tenha tomado as medidas de olho nas eleições de 2026.