A semana foi marcada pela chegada de três novas pesquisas eleitorais — todas reforçando as chances crescentes de o ex-presidente Lula (PT) vencer no primeiro turno. É exatamente o que aconteceria se as eleições fossem hoje pelo levantamento da Quaest, em que o petista aparece com quase 53% dos votos válidos. O segundo turno, afinal, ocorre quando o candidato líder tem menos da metade dos votos válidos. Se seu total é maior do que a soma dos votos recebidos por todos os outros a vitória é garantida na primeira volta. Os números das outras duas pesquisas apontam para o limiar desta possibilidade. No PoderData ele teria 48% dos votos válidos e, no Ipespe, 47,9%.
Os números do Ipespe, aos quais o Meio teve acesso, não foram divulgados oficialmente. De acordo com Mônica Bergamo, a corretora XP cancelou a distribuição por pressão de clientes e políticos bolsonaristas. O que incomodou foi o dado segundo o qual os eleitores associavam honestidade mais ao petista (35%) que ao presidente (30%). O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) encabeçou a pressão sobre a XP. (Folha)
Então… Lula teria 45% dos votos pelo Ipespe contra 34% de Jair Bolsonaro (PL), 9% de Ciro Gomes (PDT), 3% de Simone Tebet (MDB) e 1% para André Janones (Avante), Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (PROS).
A Quaest/Genial mostra Lula na frente com 46% — equivalente a 52,87% dos votos válidos. Em seguida vêm Bolsonaro, com 30%; Ciro, com 7%; Janones, com 2%; e Simone Tebet e Pablo Marçal, com 1% cada. Os números são praticamente os mesmos da pesquisa anterior, mas não podem ser comparados porque esta incluía João Doria (PSDB), que desistiu da candidatura. (UOL)
Também o Poder Data indica estabilidade em relação ao último levantamento. Lula lidera com 43%, mas não supera a soma dos adversários: Bolsonaro (35%), Ciro (6%), Janones (2%) e Tebet, José Maria Emayel (DC) e Luciano Bivar (UB), com 1% cada. Num eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 50% a 40%, cenário que se mantém há três meses. (Poder360)
Esses números estão perturbando Bolsonaro. Os ministros do Supremo ouvidos por Andreia Sadi atribuem o destempero do presidente às pesquisas eleitorais desfavoráveis e ao temor do que possa acontecer a ele e seus filhos em caso de derrota. E isto preocupa seus aliados. O acirramento de seu discurso, conta Valdo Cruz, passa a imagem de “destemperado”, afastando eleitores de centro, cruciais para seus planos de reeleição. (g1)
por reprodução/ MEIO