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Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazo

Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazo

Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazoPublicado em 20/03/2022, às 15h07 – Atualizado às 15h35    Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazoAgência Haack    Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazoFolhapress

A menos de duas semanas do prazo para deixarem seus ministérios, há três ministros com o futuro eleitoral ainda incerto no primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro. João Roma (Cidadania) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ainda não bateram o martelo se sairão do governo e por qual partido disputariam a eleição. Braga Netto (Defesa), embora seja considerado por auxiliares palacianos o que tem maior potencial de se lançar candidato, também não definiu a legenda para a qual migrará. A aposta no governo é que o militar vá compor a chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) como vice.

Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazo

Inicialmente, havia uma expectativa de que o vice fosse de outro partido da base aliada, o PP, para poder criar uma base sólida de sustentação à campanha. Bolsonaro, contudo, não tem demonstrado estar muito preocupado com essa costura. No PP, dirigentes também dizem que a prioridade era tentar filiar o presidente. A vice, afirmam, é mais projeto pessoal do que partidário. Hoje pessoas próximas a Bolsonaro consideram que o cenário mais provável é que Braga Netto vá para o PL de Valdemar Costa Neto. Ele não teve ainda qualquer conversa com o partido sobre filiação.

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Já a ministra Damares tem oscilado nos últimos meses sobre sua candidatura. Inicialmente, refutava essa possibilidade, mas começou a falar sobre se lançar ao Senado. Chegou a dizer que poderia ser candidata por seis Estados, até admitir que estava mais próxima do Amapá.
— No coração [estado para se lançar senadora]? Amapá! Alcolumbre, tô chegando — disse a jornalistas, no fim de fevereiro, em alusão ao ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Como a Folha mostrou, líderes evangélicos passaram a trabalhar por Damares, que é pastora, para tentar a vaga do senador no estado, cujo mandato termina neste ano. Mais recentemente, contudo, ela tem demonstrado desânimo em disputar eleições. Integrantes do governo não sabem dizer com certeza qual será seu destino.

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Ministros de Bolsonaro têm futuro político incerto às vésperas de prazo

O cenário mais complicado, contudo, é o do ministro João Roma. Pré-candidato ao governo da Bahia, ele enfrenta dificuldade de construir seu palanque. O primeiro obstáculo é o seu partido, Republicanos, que resiste em garantir-lhe a legenda. Além disso, o movimento do PP no estado de deixar o governo de Rui Costa (PT) para apoiar a campanha de ACM Neto (União Brasil) esvaziou o apoio a Roma. João Leão (PP) será candidato a senador na chapa do ex-dirigente do DEM.

Ainda assim, o ministro tem dito a aliados que a tendência é deixar a pasta para concorrer ao Palácio de Ondina. Uma ala de aliados de Bolsonaro quer que o ministro dispute a eleição para dar palanque ao presidente na Bahia. Se isso ocorrer, o ministro deverá se filiar ao PL. Embora integrantes do partido reconheçam que ele terá uma campanha esvaziada, dizem que é a única possibilidade que existe de Bolsonaro ter um palanque no estado. Se o desejo não se concretizar, Roma deve continuar no atual cargo até o fim do governo. Sua mulher, Roberta Roma, é candidata a deputada federal.

O presidente tem insistido na campanha a governador da Bahia do seu ministro porque precisa de um palanque no estado, historicamente marcado pelo petismo e o carlismo. Caso Roma, Damares e Braga Netto decidam concorrer a cargos públicos, a lista de ministros-candidatos saltará para nove.

O presidente fez na quinta-feira (17), no Palácio da Alvorada, o que deve ser a última reunião ministerial com a configuração atual da Esplanada. Ele pediu empenho aos ministros em reta final de gestão. A legislação eleitoral determina que ministros que desejam disputar eleições devem deixar seus postos seis meses antes do pleito, que ocorrerá no primeiro fim de semana de outubro. O prazo da desincompatibilização é 2 de abril.

Dos 23 ministros, seis têm suas candidaturas certas. Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) vão concorrer aos governos estaduais do Rio Grande do Sul e de São Paulo, respectivamente. Tarcísio ainda não se filiou a nenhum partido. A expectativa inicial de aliados de Bolsonaro e do próprio ministro era a de que ele se filiasse no PL, o que ainda não se confirmou.
Já Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) disputarão vaga de senador pelo Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte, respectivamente.

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) sairá para deputado federal por São Paulo. Para a sucessão dos seus ministros, Bolsonaro tem dado prioridade a quadros que já atuam no governo. Muitos, inclusive, secretários-executivos. Ele foi advertido por um aliado que privilegiar quadros inexpressivos, sem luz própria, nas palavras dele, poderia ser ruim em ano de eleição.

Até o meio do ano, quando permite a lei eleitoral, são eles que viajarão aos estados e farão publicidade do governo Bolsonaro. Por isso, alocar políticos seria interessante. Até o momento, é dada como certa a promoção de dois secretários-executivos: Marcelo Sampaio e Marcos Montes, da Infraestrutura e da Agricultura, respectivamente. O presidente do INSS é cotado também para assumir a vaga deixada por Onyx Lorenzoni no Trabalho.

No caso de Braga Netto assumir a vice, como tudo indica, disputam o Ministério da Defesa o atual Comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o ministro da Secretaria Geral, Luiz Eduardo Ramos. O primeiro, contudo, desponta nas apostas de auxiliares do presidente, até o momento.

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