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Após ter filha grávida morta por patrões, mãe diz que ela era estuprada e vivia em cárcere

Após ter filha grávida morta por patrões, mãe diz que ela era estuprada e vivia em cárcere

A auxiliar de serviços gerais Selmair Arruda de Moraes, mãe da técnica em segurança Atyla Arruda Barbosa, de 20 anos, contou que a filha, antes de ser morta, foi estuprada e mantida em cárcere privado na casa dos patrões, um casal, no litoral de São Paulo.

Os dois foram presos pela polícia suspeitos de matarem a garota para ficar com o seguro de vida dela.

A polícia acreditava que Atyla havia sido vítima de afogamento em junho, em uma praia de Mongaguá, cidade vizinha. No entanto, a Polícia Civil, descobriu que a jovem foi morta para que o casal pudesse receber R$ 260 mil de um seguro de vida feito em nome dela, que estava grávida.

Após ter filha grávida morta por patrões, mãe diz que ela era estuprada e vivia em cárcere

Para a polícia, o patrão é o pai da criança e o próprio assassino e teria cometido o crime com o consentimento da esposa.

Selmair contou que a filha saiu de casa, em Aparecida de Goiânia (GO), em busca de uma oportunidade de emprego. Por intermédio de uma amiga, a técnica soube de uma vaga de trabalho em uma transportadora, no litoral paulista, oferecida pelo casal. Os dois também possibilitariam um lugar para que ela pudesse morar.

A mãe explica que não queria que a Atyla fosse para Itanhaém, mas a filha insistiu em querer trabalhar para poder ajudar a família.
A mudança ocorreu no início de janeiro e as duas mantiveram contato ao longo dos meses por meio de telefone e redes sociais. Algumas ligações chamaram a atenção de Selmair pelo fato dela ouvir ao fundo, enquanto conversava com a filha, alguém induzido a jovem a falar “algo genérico”.

A preocupação maior ocorreu quando as duas perderam contato em 2 de julho, um dia antes do suposto acidente na praia. Selmair não conseguiu mais falar com a filha por semanas, apesar da insistência, e pediu dinheiro emprestado para familiares para viajar e tentar localizá-la pessoalmente, em Itanhaém, onde chegou somente em 24 de julho.

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“Fui à delegacia, dei o nome do casal e puxaram vários papéis. Quando falei da minha filha, surgiu uma foto na tela do delegado. Quinze minutos depois, disseram-me que ela estava morta”, conta. No boletim de ocorrência, o casal de patrões se intitulava padrinhos da jovem, mas a mãe disse que não os conhecia.

A diferença nas informações motivou os policiais a esclarecerem o que, de fato, havia acontecido. “A polícia achou, na casa deles, pelo menos três documentos em nome da mulher atestando o recebimento de apólices de seguro em nome de terceiros, além da que tinha em nome da minha filha, avaliada em R$ 260 mil”, conta.

Para os investigadores, o crime foi esclarecido ali. A jovem, que sonhava em ser advogada, foi morta para que ambos pudessem ganhar a indenização. Foi a própria mulher, a suposta madrinha, que fez o seguro, pago somente em caso de acidentes, e esperou o fim do tempo de carência para cometer o crime.

A polícia suspeita que tenha sido o patrão da jovem que a afogou na praia em meio a um nevoeiro. Os investigadores acreditam, ainda, que ele seja o pai do bebê que a Atyla esperava, na ocasião do afogamento. O laudo no Instituto Médico Legal (IML) atestou que ela foi morta no terceiro mês de gestação.

“Tudo indica que a minha filha era violentada sexualmente por ele. Ela era mantida em cárcere privado. Foi comprovado que nenhum vizinho próximo a via na rua. A gravidez é certeza, sim, e vão fazer exame de DNA [material genético] para ver se era mesmo dele, mas a polícia me disse que ele mesmo já se entregou”, explica.

A Polícia Civil informou que manteve o nome do casal em sigilo para não atrapalhar as investigações, que agora concentram-se em outras possíveis vítimas dos dois. Na casa deles, foram encontrados documentos de outras apólices de seguro que davam direito de receber indenizações de terceiros, não parentes.

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