Donald Trump deu um passo adiante na guerra comercial e no risco de uma recessão com efeitos globais ao ameaçar a China com tarifas adicionais de 50% a partir de amanhã. Caso ele cumpra a promessa, o total de sobretaxa às exportações do gigante asiático para os Estados Unidos chegará a 104%, somando o novo percentual com as tarifas anunciadas em 2 de abril.
Com o alerta, feito primeiro em um post em sua rede Truth Social e depois na Casa Branca, o presidente americano tenta voltar ao ataque após Beijing anunciar medidas de retaliação contra Washington na sexta-feira passada, com tarifas extras de 34%. As duas maiores economias do mundo seguem negociando, mas Trump afirmou que encerrará todos os contatos se os chineses não recuarem. Mas Beijing promete não recuar. Nesta terça-feira, o Ministério do Comércio chinês disse em nota que o país “vai lutar até o fim” e classificou as tarifas impostas por Washington como “chantagem”. (AP e NPR)
Enquanto muitas nações se esforçam para fechar acordos com os EUA – Israel, Taiwan, Vietnã e Zimbábue prometeram zerar suas tarifas –, a China espera transformar “crise em oportunidade”. Para Beijing, a nova ameaça de Trump representa “um erro após o outro”. E, em provocação, a embaixada chinesa postou um discurso de 1987 do então presidente americano Ronald Reagan, de quem Trump se diz admirador. No discurso, Reagan criticava duramente as tarifas comerciais, alertando que elas levariam mercados ao colapso e provocariam tanto a desintegração da indústria quanto a perda de milhões de empregos. (CNN e Newsweek)
Na Europa, mais tensão. Também em retaliação ao tarifaço, a Comissão Europeia propôs taxas adicionais de 25% sobre uma lista variada de produtos americanos. A proposta, revelada em documento obtido pela Reuters, prevê que parte das tarifas entre em vigor em 16 de maio, enquanto outra parcela será aplicada a partir de 1º de dezembro. A lista de produtos atingidos inclui desde diamantes, ovos e fio dental até salsichas, aves, amêndoas e soja. Itens como vinhos, laticínios e bourbon, que estavam na versão anterior do plano europeu, foram retirados após ameaças de Trump de aplicar uma tarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas dos países da União Europeia. (Reuters)
fonte – O meio
