JOSÉ LAURINDO DE MATOS – Chegou em Itamaraju, na segunda metade da década de 1960, vindo da cidade de Coaraci e por aqui ficou, constituindo família e tornando-se uma das personalidades de nossa cidade, sendo carinhosamente chamado pelos itamarajuenses de “Dil Guarda”.
Laurindo levava o seu trabalho de forma tão a séria que tinha status de polícia e sua autoridade era muito respeitada pelos cidadãos. Usava uma farda parecida com a da PM e sempre estava com o seu quepe na cabeça e um revólver calibre .38 na cintura. Contratado pelo município, nos seus primeiros anos no exercício da função trabalhou na “Delegacia, cadeia e Quartel” que funcionava na Rua Carlos Gomes (antigo prédio da Padaria Escola”, auxiliando na segurança pública da cidade.
Tempos depois, Dil Guarda foi remanejado de posto de serviço, tornando-se o guardião da Praça da Independência. Era dele a função de manter a ordem e tinha a incumbência de ligar e desligar o aparelho de televisão que ficava no centro da praça, local onde os moradores mais antigos da cidade se concentravam no período noturno para assistir novelas, jornais e jogos. Por vezes, estendia a sua ronda até o CINE ORION a fim de ajudar a organizar as filas nos dias de sessões.
Na gestão de Almir Nobre de Almeida, Dil ganhou a simpatia do então prefeito e o acompanhava em vários eventos, reconhecimento que obteve do gestor quando da inauguração do Complexo Policial de Itamaraju, sendo lotado na 12ª CIRETRAN, onde foi efetivado e trabalhou sempre atendendo a todos com muita atenção e de forma de educada até a sua aposentadoria.
Dil Guarda é uma testemunha ocular da história itamarajuense e já vivenciou várias situações, entre essas muitas engraçadas. Dizem que estando ele trabalhando de guarda na prefeitura, como fazia todos os dias, hasteava a bandeira nacional às 08h00 da manhã, quando tal ato coincidiu com a chegada do Prefeito Almir. Dil, então, largou a bandeira, esta que desceu do mastro até o chão, e correu para abrir a porta do carro a fim de que a digníssima autoridade descesse. Um militar que passava e assistiu a tudo, assim que o prefeito entrou, foi censurar a sua postura em relação ao pavilhão nacional, ouvindo dele, em meio à sua fala compassada: “meu amigo, quem paga meu salário é o homem aí, não é bandeira não” (risos).
Dil Guarda também é um apaixonado por futebol e já esteve à frente de vários times, ajudando a preencher o tempo e a mente de muitos jovens. No bairro Cristo Redentor, é uma liderança e já chegou a ser candidato a vereador algumas vezes, mas embora obtendo votações expressivas nunca chegou à eleição. É pai de dois filhos e agora, na condição de aposentado, leva