O discurso de posse do governador Rui Costa (PT) foi uma continuidade do discurso adotado ao longo da campanha eleitoral, segundo o cientista político Joviniano Neto. Em entrevista ao BNews, o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) ainda foi além ao dizer que a fala do petista não teve viés de esquerda.
“Em relação ao discurso de candidato, não teve muita mudança. Não foi um discurso marcadamente ideológico. [Na campanha] o que tinha de ideológico era o apoio a Lula e a Haddad. Mas o discurso em si não foi um discurso de esquerda. Foi um discurso de obras”, avaliou.
Para Joviniano, Rui Costa adotou uma postura semelhante à dos demais governadores, que foram empossados em um cenário de crise econômica e fiscal. “Vemos uma série de governadores falando em controlar gastos, o que é consequência [da crise econômica]”, declarou.
“Mas a população quer a melhoraria dos serviços. Ele [Rui Costa] colocou que tinha melhorado os índices de saúde, educação e segurança. Já que a população quer melhores serviços, ele iria propor melhorá-los”, acrescentou.
Em seu discurso de posse na tarde desta terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Rui prometeu priorizar a educação em seu segundo mandato. Em 2017, a Bahia teve o pior Ensino Médio do país no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
“Assim, afirmo o que os meus pais me ensinaram: educação é uma prioridade. É ela que muda a vida das pessoas e eu sou exemplo disso. Estou convicto de que é necessário transformar as escolas em espaços abertos e integrados à comunidade, capazes de gerar oportunidades concretas. Por isso, estamos apostando na melhoria e na unificação das suas estruturas físicas, na Educação Profissional, na implantação das Escolas Culturais e na ampliação do número de Escolas em Tempo Integral para atender a contento ao nosso alunado”, declarou.
O petista também garantiu que dará atenção especial à segurança pública, ponto amplamente criticado durante seu primeiro mandato. “Aqui, no Estado, atuamos juntos, forças policiais e políticas de desenvolvimento social – educação, saúde, trabalho, esporte, cultura –, para combater o tráfico de drogas, o crime organizado e seus desdobramentos. Eu me orgulho de ser o governador que mais contratou policiais e que realizou os mais robustos investimentos em Segurança Pública em apenas quatro anos. Mas é preciso construir um modelo de intervenção que interrompa o ingresso dos nossos jovens no mundo do crime”, defendeu.