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Ciro diz que sem Lula na disputa sua responsabilidade ‘cresce’

Ex-ministro afirma que representará o setor que ficará ‘deserdado’ com provável ausência do petista na eleição presidencial

O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, disse nesta segunda-feira, 12, que não vê a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial e, com isso, cresce sua responsabilidade de representar o setor que ficará “deserdado”, segundo ele, com a ausência do petista.

Ciro Gomes
Ciro Gomes, ex-ministro e ex-governador do Ceará Foto: Fábio Motta/Estadão

“Lamento profundamente mas constato apenas por constatar que é muito improvável a presença de Lula no processo. Portanto, cresce muito a minha responsabilidade de interpretar este arco deserdado por uma fatalidade”, afirmou.

Ciro evitou ir além ao comentar o cenário eleitoral sem Lula que foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por órgão colegiado , o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), e pode ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Questionado outras duas vezes sobre os impacto da possível ausência de Lula na disputa, o presidenciável do PDT apenas repetiu que sua responsabilidade aumenta.

Ao descartar a possibilidade de uma candidatura única de esquerda ainda no primeiro turno das eleições, Ciro disse que se não houvesse a certeza de que um nome de seu campo ideológico chegará ao segundo turno, a unidade seria mais fácil.

“(A unidade) seria muito boa para o País mas não considero que aconteça”, disse Ciro, antes de dar uma palestra na Casa do Saber, em São Paulo. “Não vejo essa ameaça (de a esquerda ficar fora do segundo turno). Acredito que se esta ameaça se apresentasse a conexão aconteceria com mais simplicidade. Todos nós estamos percebendo o oposto. Parece que tem tem dificuldade para chegar ao segundo turno é a direita civilizada, se é que podemos chamar assim”, completou.

Bolsonaro. “Direita civilizada” é o termo que o pré-candidato do PDT usou para se referir aos setores conservadores que não apoiam o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Ciro disse que o ex-capitão do Exército seria seu adversário preferido em um eventual segundo turno mas vê inconsistências na candidatura do deputado e ao contrário do que pensam muitos tucanos, acredita no potencial eleitoral do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

“Vejo muita incosistência no Bolsonaro. Aqui em São Paulo tem muita gente dizendo que o Alckmin não cresce, mas não vejo isso”, afirmou.

Ao seu estilo, o pré-candidato do PDT desferiu ataques contra o MDB. Além de fazer críticas duras às ações do governo Michel Temer e seus ministros em praticamente todas as áreas, Ciro afirmou que se eleito não vai querer apoio do partido que garantiu governabilidade a Lula e Fernando Henrique Cardoso.

“Sendo eu um dia presidente o PMDB (sic) me fará oposição. Não faço acordo com quadrilheiro”, acusou o ex-ministro, fazendo a ressalva de que existem nomes respeitáveis no MDB cono o ex-senador Pedro Simon (RS), o senador Roberto Requião (PR) e o deputado Jarbas Vasconcelos (PB).

“Isso é o que, enquanto povo, temos que fazer com o PMDB: destruí-lo democraticamente”, afirmou Ciro.

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